quinta-feira, 29 de outubro de 2009

MediaOn 2009

O jornalista investigativo Joshua Benton, diretor do Nieman Journalism Lab (laboratório voltado a pesquisas sobre jornalismo online), fez a abertura do MediaOn 2009 - 3° Seminário Internacional de Jornalismo Online, dia 25 de outubro, promovido pelo Instituto Cultural Itaú, em São Paulo.
Ao analisar a situação dos jornais americanos, Joshua apontou a queda nas tiragens ao mesmo passo em que cresce vertiginosamente o número de novos canais de comunicação na internet. Publicações segmentadas é uma realidade no universo digital e deverá ditar o rumo do jornalismo nos próximos anos.
Para Joshua, toda essa abertura na rede mundial tem humanizado ainda mais o trato comunicacional de veículos e respectivos jornalistas. Hoje temos, por exemplo, publicações específicas de bairro, cujo trabalho jornalístico tem sido ponto de intersecção entre as comunidades e os órgãos públicos, tornando-se o fio da balança na hora de denunciar as mazelas e dificuldades de cada localidade na busca de soluções para seus problemas. Isto faz com que a comunidade local tenha mais empatia com o referido veículo de comunicação.
Todo esse movimento é economicamente sugestionável ao sucesso, pois casa o interesse de todas as partes. Já são inúmeros os casos de blogs e portais noticiosos que sobrevivem graças ao grau de confiabilidade e ao bom trato jornalístico exercido, aumentando o interesse por parte de quem detém os recursos financeiros.
Em outra parte da explanação sobre as novas possibilidades para o jornalismo online, Joshua foi categórico em afirmar que o jornalista de maneira geral tem que deixar de lado a arrogância para melhor interagir com esse universo totalmente novo, desafiador e tão cheio de oportunidades. É hora de parar e repensar.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Diploma de credibilidade

* Laércio Pimentel

Ceticismo. Desconfiança. Descrença. Você acreditaria na veracidade de uma notícia sobre apuração de irregularidade no financiamento de campanhas políticas feita por empreiteiras, tendo como apurador jornalístico um engenheiro? E o que dizer das denúncias contra a corrupção tendo na apuração dos fatos um político? Pode ser que em ambos os casos a averiguação seja das mais corretas, porém sempre vai pairar a dúvida do lobby ou do "protecionismo de classe".
São fatos que não esclarecem posição da questão ética, mas expõem o campo da dúvida quando o jornalismo é partilhado por diversas categorias, quase sempre à mercê de interesses pessoais, políticos e empresariais. Estrangular o jornalismo extraindo seus devotos praticantes, justapostos diplomados, é uma forma que beira à arbitrariedade contra a democracia, porque profissionais que escolhem o jornalismo como segunda opção têm em mente a notícia também como uma segunda opção. Verdade é verdade, nada mais do que a verdade – parafraseando o personagem Odorico Paraguaçu, tão bem interpretado por Paulo Gracindo. Não é possível ter na cadeia de comunicação pessoas que possam acender velas para Deus e para o Diabo. O princípio da ética e verdadeira prática do jornalismo ainda é o do livre trato da notícia como notícia e não como produto mercantilista de interesses de categorias, mesmo que ainda sofra com as vicissitudes editoriais próprias de cada meio empresarial.
Abrir precedente para que a desconfiança venha pairar sobre os fundamentos democráticos do jornalismo é um ditame inconveniente e despropositivo que só serve àqueles que vislumbram tirar proveito de questões pré-concebidas e estratagemas bem aparelhados como o que parece em questão. O jornalismo não é um prato culinário como já foi sugerido; e para aqueles que defendem o diploma apenas para questões cruciais que envolvam risco à vida humana, então é bom refletir sobre o poder da comunicação na vida de uma sociedade, não podemos nos eximir de tal reflexão, nem de ignorar tal responsabilidade.
O diploma é sim essencial para a carreira de jornalismo. É sim essencial para a manutenção da democracia. É sim essencial para extirpar oportunistas do uso da máquina de comunicação como forma de vencer suas próprias limitações na carreira que havia escolhido e na qual não lhe foi recompensatória.
Sabemos que mesmo num ambiente cercado por diplomados dentro da cátedra em questão, o painel jornalístico ainda não é tão eficiente e qualitativo quanto deveria, no entanto, eliminar a exigência do diploma não é fator de melhoria e sim de retrocesso. Precisamos de faculdades mais atuantes nas questões de avaliar as reais necessidades do mercado contemporâneo, das necessidades da sociedade, e só assim poderemos chegar à definição de programas mais assertivos e de conteúdo qualitativo mais condizente com a realidade.
É preciso fortalecer a idéia de restituição da exigência do diploma no Jornalismo feita pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-CE), através de Proposta de Emenda Constitucional, com isso, alcançaremos a justa justiça no que diz respeito aos direitos de fato e não de especulação.

* Laércio Pimentel, jornalista, diretor da KFL Comunicações.
laerciokfl@gmail.com

Jornalistas no STF, já!

* Laércio Pimentel

No princípio, Deus criou o céu e a terra (...). Talvez devamos partir daí para explicar ao egrégio Supremo Tribunal Federal (STF) que o Jornalismo principia da Comunicação, a qual não cabe apenas na síntese de mera troca de mensagens entre interlocutores, mas, como bem sabemos, numa ciência.

A comunicação é fundamentada pela soma de diversas faculdades, transacionando vastos conhecimentos que se pautam nas raízes da própria história, recrudescendo pelas veias da sociologia, psicologia, antropologia, filosofia e outras valorosas ciências do conhecimento humano. Portanto, pobre daquele que vê na função do jornalismo o simples pressuposto da captação e transmissão de notícias, pois se assim fosse, então deveríamos abrir parênteses para a admissão maciça dos "amigos" psitaciformes - também conhecidos como papagaios.

A análise dos fatos, informações e interpretações das notícias soam tal quais as características e similaridades do julgamento de um processo, o qual os detentores da balança da justiça exercem com os mesmos parâmetros de formação dos bacharéis em Comunicação, porém com o competente exercício e aplicação do conhecimento jurídico adquirido nas faculdades de Direito; o que mais uma vez se equivale ao bacharel em Comunicação, habilitado em Jornalismo, detentor das técnicas e da ciência necessária ao pleno exercício da profissão. Se assim não for, há de se abrir vagas aos jornalistas que desejem postular uma cadeira no nobre STF.

Tratar o jornalismo e, por extensão, a ciência da comunicação como roupagem de prato culinário, é preconceito pela falta de conhecimento. Não há fator de igualdade, nem tampouco similaridade, para que os nobres companheiros da culinária, ou de qualquer outra valorosa profissão, possam se travestir de jornalistas, e nem bacharéis de Comunicação vistam "capas pretas" e se achem no direito ao Direito. Como diria o jurista Rui Barbosa: "A regra da igualdade não consiste senão em aquinhoar desigualmente os desiguais, na medida em que se desigualam. Tratar com desigualdade a iguais ou desiguais com igualdade seria desigualdade flagrante e não igualdade real."

O caminho da verdadeira democracia é pavimentado pelo fortalecimento de suas instituições, pelo pleno e verdadeiro exercício de liberdade de expressão.
Visto que o que passou, passou, cabe agora ao Legislativo corrigir o errôneo julgamento e devolver a prática do jornalismo a quem de direito.

* Jornalista, diretor da KFL Comunicações.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

18° Marketing e Negócios

Empresários, imprensa, artistas e profissionais de vários segmentos estiveram no 18° Marketing & Negócios, dia 4 de agosto, no Macksoud de Plaza. A entrega das premiações ocorreu noite adentro, mostrando ações de destaque realizadas pelas organizações para chegar cada vez mais perto de seu público consumidor.
O empresário do ramo imobiliário, Augusto Martins, ressaltou o contentamento daqueles que adquiriram o primeiro imóvel; falou também sobre a importância de parcerias estratégicas com empresas internacionais, como a que mantém com a Century 21, construtora americana, sediada no Brasil.
Para Antonio Martinez, chairman da Century 21 no Brasil, o país está em plena ascensão no mercado imobiliário, por isso mesmo, a empresa
vem atuando em todos os segmentos, da classe A a D, e promete manter firme o nível de investimento no país para ampliar o número de ofertas para o setor.

Antonio Martinez,
chairman da Century 21 Brasil

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Geração Navio Vs. Geração Submarino



Alexandre Freire
Consultor Sênior do Instituto MVC
e professor dos MBAs Executivos da FGV



Está cada vez mais comum encontrar pessoas que falam muito bem sobre generalidades. Elas têm conhecimento sobre todos os assuntos do dia, desde a queda da bolsa de valores, passando pelas mortes ocasionadas no trânsito e até quanto custa uma viagem de turismo ao espaço. A internet, uma verdadeira biblioteca virtual, traz as noticias em tempo real, deixando bem informado qualquer cidadão durante todo o dia.

Acesso a informação não é mais privilégio de ninguém. Pobre, rico, criança, idoso, homem, mulher, latino, europeu, estamos todos a um click das noticias, entretenimento, jogos e o próprio trabalho. Destaque para a geração digital. .

Ela é composta por jovens de até 17 anos, onde a internet é a principal via para suas pesquisas, relacionamentos, comunicação, estudos, namoros, partilhas e entretenimento. Cedo, pela manhã, já vasculharam a rede, responderam emails, verificaram seus orkuts, assistiram ao ultimo vídeo do Youtube, fizeram uma rápida busca no google e se inscreveram no torneio mundial de matemática à distancia. Tudo que acessam é de maneira rápida, onde as chamadas são mais importantes que o conteúdo. É uma geração que tem uma inegável visão de 360º da superfície. É o que chamo de geração navio!

Quem não faz parte desta geração, até os 17 anos pesquisou pela Barsa, se comunicou por cartas, leu o jornal da banca, assistiu a filmes pela TV e participou de torneios presenciais e brincou de carrinho ou boneca. Alguns, mais afortunados, tiveram a oportunidade de trabalhar com a planilha Lótus 123. Lia-se todo o texto, até o fim. Transcrevia-se à mão a pesquisa para um caderno, recortavam-se artigos de jornais e revistas com a responsabilidade de debatê-los em sala de aula. O acesso a informação era restrito, mas o conhecimento do contexto era maior. Esses são parte da geração que tem uma inegável visão de profundidade. É o que chamo de geração submarino!

E daí? Você deve estar pensando... E daí que, a geração digital, está começando sua inserção no mercado de trabalho. Porem, são os profissionais da geração “profundidade” que contratam. Uma gerente de RH me confidenciou que durante as entrevistas, uma pessoa da geração digital discorre com facilidade sobre os acontecimentos do mundo inteiro. São versáteis, rápidos e decididos sobre o que querem.

Porem, quando confrontados com perguntas sobre o contexto dos acontecimentos, fazem cara de desentendidos ou dão respostas vagas sobre os assuntos. Essa gerente disse ainda que eles têm dificuldade para analisar as informações e sofrem com a necessidade de ter que iniciar em uma função que não esteja à altura deles.

Diante de tudo isso, acredito que no futuro, estas duas gerações entrarão em conflito no ambiente de trabalho. Por um lado, a geração “submarino”. Ela, no comando das empresas, exigindo analise detalhada do contexto para tomada de decisões na empresa. E, por outro lado, a geração “navio”, impaciente e acostumada a respostas na velocidade do Google, exigindo objetividade da liderança das organizações.

Mas um fato novo está acontecendo a despeito de tudo isso. As empresas estão chamando de volta muitos daqueles que foram considerados descartáveis: Os mais velhos! Talvez a resposta não esteja na profundidade ou na superfície, mas na sabedoria. A sabedoria é a visão de cima.

E daí? Você é submarino ou navio?