quarta-feira, 16 de março de 2011

Nasce um novo modelo de capitalismo?


O primeiro dia da WebExpoForum, realizada no Centro de Convenções Frei Caneca, de 16 a 18 de março, em São Paulo, trouxe à tona todo o potencial dos negócios e da própria evolução da sociedade frente às possibilidades da internet.
O palestrante Gil Giardelli, CEO da Gaia Creative e coordenador de curso da ESPM, aposta que tudo o que está acontecendo hoje ainda é incipiente frente às centenas de possibilidades ainda vindouras. Os usuários da internet descobriram que podem obter algo mais do que simplesmente teclar com amigos, ouvir músicas e assistir vídeos. As pessoas estão descobrindo que podem se manifestar isoladamente e em grupos na busca de seus interesses, sejam eles de ordem particular, como reclamar sobre um determinado produto ou serviço, e até mesmo conclamar a movimentação de milhares de pessoas em torno de uma causa.
Os ingleses foram citados, como exemplo, quando estiveram reunidos em praça pública reclamando sobre as empresas que não pagavam seus impostos; tudo foi gerado pela movimentação através das redes sociais. Dada as devidas proporções, tivemos exemplo similar em São Paulo, quando estudantes do Colégio Dante Alighieri conclamaram uma manifestação contra o aumento abusivo da coxinha da cantina. Pode ser um exemplo simplório, mas o que conta é a possibilidade de reunir pessoas para reclamar por seus direitos e interesses. Mais recentemente, tivemos as sociedades árabes manifestando o desejo por mudanças em seus governos, numa busca nunca vista pela democratização dos sistemas políticos de seus países. A grande fonte catalisadora? A internet!
Estamos caminhando para um novo tipo de sociedade, para um novo modelo de negócios no qual as redes sociais lançam olhar sob a possibilidade de você comprar um determinado produto por menos da metade do preço, contanto que outras centenas de pessoas façam coro numa operação casada. No outro ponto do capitalismo está o peso da ética no tratamento com o público, desde a venda de um produto de acordo com o prometido, até a assistência técnica e pós-vendas, dando toda a seguridade desejada ao consumidor. Hoje, quando isso não ocorre, o termo “colocar a boca no trombone” ganha uma nova entonação dentro das redes sociais. Ninguém está imune.
O fato preocupante da situação é de que, enquanto a sociedade virtual caminha a passos galopantes, a maioria das empresas ainda se detém entre “estar ou não na rede”, como se fosse possível ficar isento diante de todo esse processo de transformação. Cada vez mais teremos novas plataformas de negócios sendo criadas numa velocidade-luz. Ao contrário das empresas, as pessoas estão mergulhando de cabeça na tendência do capitalismo virtual e cada vez mais deixam para trás a passividade de consumidor e telespectador das Tvs para alcançar o status de ativista e empreendedor do mundo digital. As empresas que não conseguirem ver o que virá, certamente, será uma mera peça de museu num amanhã não tão distante.