Todas as vezes que torcemos pelo Palmeiras, deixamos um
pouco do nosso próprio eu para trás para sermos o todo de uma nação. Não há poucas derrotas e nem tampouco alguns
desvios em nosso caminho glorioso de vitórias que nos faça recuar um passo
sequer. Somos obstinados, malucos, fervorosos, devotos, guerreiros. Em nossa
prece diária saudamos o contraditório, porque aqui, santo de casa faz milagres
sim! Não há caminhos tortuosos que nos afastem de nossa devoção, pois o “divino”
é um dom.
A propósito, “obstinação” no dicionário é perseverança em conseguir seus objetivos,
tenacidade, persistência. Palavras sinônimas da vida de todos os
palmeirenses. Nós somos assim. Feitos de conquistas porque sempre acreditamos
naquilo que fazemos. Não aceitamos o trivial. Sempre queremos vencer. E quando
vencemos, queremos que seja bonito. Porque vencer apenas não basta. Por isso,
somos Academia.
A nossa cultura futebolística tem em suas raízes a bela
prática do futebol. Jogar com classe e tratar com intimidade a bola em campo
são marcas conquistadas mais com talento e categoria do que com o breve rótulo
de raça, tão imperativo por aqueles que não têm artífice para brilhar. Afinal, assim
nos tornamos Academia.
Discutimos todos os dias. Contradizemos o que acabara de ser
dito. Somos contraditórios entre nós, tal qual uma família italiana, mas que
ninguém de fora ouse se intrometer. Porque aqui nos entendemos, mesmo quando
nada soa entendimento. Para quem não entende, parafraseando o nosso palestrino
Joelmir Beting, é impossível explicar.
O Palmeiras é assim. Quando somos os melhores sempre fica o
sentimento de que poderíamos fazer mais; quando tropeçamos, levantamos antes
mesmo de chegar ao chão. Por isso, não somos iguais; somos diferentes.
Palmeiras, que todos os dias surge alviverde e imponente, no
gramado em que a luta o aguarda, carrega consigo a certeza de que, de fato, é
campeão! E sempre seremos!