quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Perspectivas de Marketing para 2009

Foto: Mário Miranda



A AMCHAM Brasil promoveu dia 7 de novembro, o III Marketing Round Up – Perspectivas 2009, falando sobre os indicadores e análises de pesquisa do Ibope para o setor no próximo ano. Além disso, o evento ainda contou com a presença do presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, que falou sobre as perspectivas para 2009, fazendo uma análise de pano de fundo sobre como o Banco Central tem atuado para conter as manifestações de crise global.
A síntese é de que poderemos ter uma retração econômica, mas nada preocupante como alguns têm manifestado. Ele bateu firme na tecla de que é preciso atuar de maneira pró-ativa diante das dificuldades que se apresentam, para então aproveitarmos as chances que também são abertas em virtude das próprias dificuldades de outros mercados mundiais. A palavra chave do discurso foi: serenidade.
Do outro lado, um pouco mais tarde, Laure Castelnau, diretora executiva de atendimento e planejamento do Ibope, apresentou o resultado de pesquisa com executivos da indústria, comércio, serviços e outros setores, fazendo uma avaliação geral de como será o próximo ano diante da crise mundial e tomando como indicador principal o setor de Marketing.
Os indicadores de PIB e de Inflação são vistos de maneira estável, sem crescimento relevante, mas também com pouca probabilidade de grande declínio. Os três principais fatores de preocupação apontados na pesquisa remetem para a desaceleração econômica; impostos e cargas tributárias; e a situação dos Estados Unidos. Apesar disso, 61% dos executivos entrevistados apostam no aumento de vendas para 2009, com previsibilidade de estabilidade de preços em alta. Já as perspectivas de lucro e investimentos são menos otimistas que 2007, porém dentro de um quadro de serenidade.
Quando perguntado sobre o que fez diferença no desempenho das empresas em 2008, as pesquisas apontaram: gestão/equipe; qualidade e serviços; e condição de investimento e financiamento. Também ficou configurado que a perspectiva de investimento em Marketing será de 8,6% para 2009.
Na configuração da carteira de Marketing, as principais ferramentas abalizadas pelos executivos foram: eventos, comunicação dirigida, relacionamento (CRM), assessoria de imprensa e Relações Públicas, comunicação de massa, merchandising e promoções. Para o próximo ano ficou sugerido o foco no “novo”. Agregar valor através da inovação de produtos e canais de relacionamento será a meta almejada, principalmente buscando responder: onde estamos inovando?

terça-feira, 3 de junho de 2008

O Mago e o poder da multiplicação dos livros

Foto: Divulgação

O escritor Fernando Morais concedeu hoje entrevista coletiva para o lançamento da biografia de Paulo Coelho, entitulada de “O Mago”. No primeiro dia de lançamento, foram vendidos dez mil exemplares, sendo que a primeira tiragem já saiu com cem mil exemplares.

O trabalho de captação de informações, entrevistas, contatos com o também autor Paulo Coelho, foi realizado durante quatro anos. Para Fernando Morais foi um trabalho rico, mas que não voltará a acontecer. Pois, segundo ele, trabalhar a biografia de pessoas vivas é mais difícil. “Travei várias batalhas com minha consciência ética ao me deparar com informações que não sei se seria certo divulgá-las, visto que Paulo Coelho não fez qualquer tipo de cerceamento ou mesmo quisesse ver o material antes de publicado”, relata o escritor.

Segundo Morais, em pesquisa ao baú de Paulo Coelho, havia várias passagens nos diários do mago, como se fosse um mantra, relatando sua obsessão “quero ser um autor de livros lido, conhecido e respeitado no mundo inteiro”. Misticismo à parte, o fato é que o sonho se tornou realidade. Paulo Coelho é o único ser vivo que teve mais obras traduzidas do que William Shakespeare, tendo ainda vendido mais de cem milhões de livros.

Fernando Morais ainda disse que já tem quatro propostas para transformar o livro em filme. “Tenho certeza que será um filme, pois tem todos os ingredientes necessários”, lembra.

Dentro desse composto, não há como não perceber a confluência que existe entre um grande autor falando sobre outro. Dois grandes representantes da literatura brasileira em palcos internacionais. Talvez seja como costuma dizer o mago: já estava escrito nas estrelas.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Líderes campeões, equipes campeãs

Suzy Fleury foi a entrevistada escolhida para abrir nosso blog, visto que tem grande representação no processo de crescimento emocional junto a clubes de futebol, seleção brasileira e empresas. É mais uma campeã no trabalho de aperfeiçoamento da comunicação.


Fotos: J. Mantovani

Dizem que vida de técnico de futebol não é moleza. É verdade, mas também é verdade que lidar com qualquer tipo de equipe, seja na área esportiva ou empresarial, não é fácil. Conversamos sobre esse e outros assuntos com a psicóloga, pós-graduada em Marketing e Propaganda e pesquisadora da Inteligência Emocional, Suzy Fleury.

Atuando em grandes clubes de futebol e na Seleção Brasileira, Suzy demonstrou que é possível conciliar talento com a administração das emoções, resultando em vitórias de partidas decisivas e muitos campeonatos.

Para a consultora empresarial e esportiva, existem variáveis controláveis e outras não-controláveis (situação econômica mundial, desastres, problemas climáticos etc.), as quais devemos aprender a lidar para poder sanar problemas e superar obstáculos rumo ao sucesso. Independente da situação, é preciso saber atuar individualmente e coletivamente. Dentro dessa proposta, a performance de uma equipe sofre variações individuais ou de grupo, por isso, é preciso saber administrar os talentos individuais e canalizar os potenciais para o bem coletivo. “Quando falamos em sucesso, o time ou a empresa deve estar em primeiro plano, pois os resultados conquistados servem de benefícios para todos”, exemplifica Suzy.

Para trabalhar o conceito de Competência Emocional numa empresa com quatro mil, ou quarenta mil funcionários, pode-se empregar a mesma conotação daquela utilizada em um time de futebol. É preciso trazer à tona quatro fatores primordiais: além do talento e gostar do que se faz; 1) ter competência técnica; 2) estratégica; 3) Física ─ qualidade de sono, boa alimentação e atividade física adequada ─ o que influencia no poder de decisão; e 4) competência emocional, que se refere as atitudes pessoais (entusiasmo, capacidade de lidar com a ansiedade e frustrações, etc.) e interpessoais (qualidade social que se exercita e se aplica no dia-a-dia). Tal desafio deve ser suplantado por empresas que pretendem ter equipes preparadas e motivadas para enfrentar mercados cada vez mais competitivos.

Segundo Suzy Fleury, é importante que as empresas possam investir nesses quesitos, pois as pessoas não foram preparadas para lidar com suas emoções. “Para que tenhamos equipes vencedoras é preciso investir na capacitação emocional desses profissionais”, diz.

Suzy Fleury chama a atenção para a importância de estarmos bem preparados emocionalmente para enfrentar os desafios em momentos de crise. Muitos são os exemplos de craques do futebol que passaram por situações denominadas de “seqüestro neural”, quando se tomam atitudes, num curto espaço de tempo, sem controle das conseqüências. “Para exemplificar, podemos lembrar do caso de Zidane, que ao ouvir sua irmã sendo xingada, teve uma regra interna violada, e descontroladamente partiu para a agressão. Tomou cartão vermelho e prejudicou a si e sua equipe”, lembra.

Questões como essa sugerem como é importante o autocontrole individual e de equipe, repercutindo no desempenho. Bons resultados só podem ser alcançados quando o grupo está em sintonia, focado no mesmo objetivo. Daí, o papel da liderança é fundamental para que os resultados aconteçam. Gerenciar pessoas, exercendo a boa comunicação, é fator estratégico para manter a unidade das equipes. Um líder deve saber influenciar seu grupo. “Essa é a essência da liderança”, frisa Suzy. Dentro do conceito, ela destaca quatro fundamentos preciosos que devem ser considerados pelos líderes: visão (saber onde e como chegar); partir da realidade (o que se tem hoje); ter coragem (enfrentar os desafios); e ética (é o que diferencia as pessoas). Com isso, é possível fazer com que sejam influenciados pela visão do líder e sintam-se motivados a alcançar tal objetivo, e, juntos, caminhem para a construção do sucesso.

Como novidade, Suzy Fleury está trabalhando a questão da Psicologia Cognitiva (pensamentos e crenças) para regular atitudes intra e interpessoal, buscando o fator regulador da forma de pensar. “Uma pessoa desmotivada é ruim, no entanto, o excesso de auto-estima também é problema. É preciso estabelecer um termo regulador. É o que determinará o sucesso pessoal, familiar, social e profissional de qualquer pessoa”, finaliza.


Suzy Fleury é autora do livro “Competência Emocional” O caminho da vitória para equipes de futebol, Editora Gente.