quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Quando a arte inspira


  O 7 de dezembro foi um dia importante para a Ong Projeto Carmim (www.projetocarmim.org.br), entidade sem fins lucrativos que atua nas áreas de saúde, educação, formação e empreendedorismo, utilizando a arte e suas possíveis interfaces com crianças, jovens, adultos, idosos e profissionais destes locais, em que a dignidade e estima estejam comprometidas. Dentre os variados ambientes trabalhados estão os hospitais, nos quais os pacientes fortalecem sua autoestima por meio do desenvolvimento de trabalhos artísticos.
A noite foi marcada pela posse da nova diretoria, tendo como presidente o design e empresário, Antonio Roberto de Oliveira. O evento realizado na Casa das Caldeiras, em São Paulo, contou com diversos participantes e serviu para divulgar o trabalho assistencial e as conquistas registradas pela entidade em termos de resultado direto com os participantes. Grupo teatral, exposição de trabalhos de pintura, vídeos institucionais foram os pontos de comunicação com os presentes, que puderam interagir com o universo da Ong.
Segundo o novo presidente, o mais importante agora é buscar patrocínio de empresas e pessoas interessadas em manter as atividades para o próximo ano, e dar um salto de qualidade no trabalho realizado. Para tanto, a própria empresa de Antonio Roberto, em parceria com outras, repaginou a comunicação visual da entidade em busca de um padrão de interatividade mais efetivo e tocante à realidade do novo projeto.
É importante salientar que em momentos nos quais a palavra Sustentabilidade é o mantra preferido nos corredores das corporações, torna-se indispensável fazer do discurso uma ação, uma prática. Então nada melhor do que contribuir para a continuidade e o crescimento de uma entidade como a Carmim, que leva no DNA de seu nome o próprio slogan: a cor que inspira a vida.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Quantas vezes precisamos morrer?



Desde que o mundo é mundo temos vivido entre erros e acertos. Nossas experiências são a somatória daquilo que aprendemos com a vivência e os erros que cometemos, e corrigimos.
Sempre topamos com novos desafios que testam nossa capacidade de reinventar o cotidiano, construir novas formas de ver o mundo, resolver problemas que nos aflige. No entanto, dentro dessa dicotomia que é acertar e errar, sempre há o temor do amanhã, pois o desconhecido é um campo fértil para as incertezas, e os problemas vindouros é um tormento constante na vida de qualquer mortal.
Queremos sempre vencer o inevitável e as inconstantes situações que teimam em pregar peças inesperadas no dia a dia. Por isso, lançamos mão de ferramentas como o planejamento, administração de tempo, plano de metas, monitoramento de ações e outras tantas para nos certificar cada vez mais que podemos controlar o incontrolável – pelo menos é o que tentamos.
O ambiente empresarial é o espelho mais concreto para se viver tal realidade. É no campo organizacional que encontramos espaço para testar todas as ferramentas disponíveis e enfrentarmos os desafios coletivos e particulares. Mas quantas vezes devemos morrer até que estejamos prontos? Talvez nunca tenhamos tal resposta. Talvez, ao contrário, sempre estivemos prontos desde o nascimento, mas procuramos a perfeição que não existe.
Hoje o mundo vive um momento particular que exige a consciência e o esforço de todos. Já não cabe fingir que o assunto do aquecimento atmosférico é um fato isolado e que tudo será resolvido por uma força superior. É preciso agir imediatamente. Para quem ainda não percebeu a coisa tá feia! Senão, vejamos: apontamentos do relatório sobre energia publicado em 2007 pelo InterAcademy Council (Conselho Interacadêmico), intitulado “Lighting the Way” (Iluminando o Caminho), produzido por um grupo multidisciplinar de cientistas, destacam que a quantidade de energia necessária para manter vivo um ser humano varia entre duas e três mil quilocalorias por dia. O americano médio consome energia suficiente para suprir as necessidades biológicas de 100 pessoas, enquanto que o cidadão médio de outras economias desenvolvidas usa energia que daria para atender a demanda de 50 pessoas.
Dentro desse cenário é fácil vislumbrar que o povo brasileiro estará em pouco tempo consumindo algo próximo ao modelo americano, visto a taxa de crescimento e de consumo estimado pelos analistas. Outros povos de países em desenvolvimento também acompanharão tal expectativa de crescimento, por isso, torna-se cada vez mais complicado e evidente o desenho de um cenário consumista de energia, com proposição da elevação de CO em taxas elevadas, lançando a humanidade num abismo sem volta.
Quando falamos do ônus em razão do crescimento desenfreado não se trata apenas de relatos alarmistas, mas de uma realidade evidente que já tomou conta de nosso cotidiano há muito tempo, basta verificar os registros de grandes tornados, secas, inundações, oscilações de temperaturas, migração de agricultura e toda sorte de acontecimentos que infestam os noticiários de todo o planeta.
A alternativa é cada um fazer o pouco (de preferência, o muito) que der para fazer, já! Pois, se nada acontecer a habitabilidade do planeta estará seriamente comprometida, é o que garante a comunidade científica de vários países.
Mas o que fazer? Primeiro, precisamos usar o que temos de mais precioso na resolução de qualquer problema: o conhecimento. Precisamos reinventar novas formas de produzir e consumir energia, novas maneiras de poupar a biodiversidade, novos modelos de vida e de consumo; precisamos sair do paradigma estático no qual somos meros observadores do que está acontecendo; precisamos assumir o papel de atores principais e dar novos rumos ao final dessa história.
O pensamento criativo pode ser a solução. Uma simples troca de atitude ou de modelo comportamental pode ter grande influência no resultado final desse jogo. A China, por si só, usa 45 bilhões de pares de pauzinhos descartáveis por ano, o correspondente a 1,66 milhão de metros cúbicos de madeira, segundo o colunista Zou Hanru, do China Daily. Isto por si mostra como é possível criar novas formas de viver em comunhão com o meio ambiente. Dentro de nossas casas, de nossas empresas, das escolas, das ruas e cidades brasileiras existe uma série de ações que, replanejadas, sob uma nova ótica, atenuariam em muito o desgaste do planeta, para isso, basta pensarmos.
Como nas empresas montamos grupos participativos (CCQs – Círculos de Controle de Qualidade, Kanban, Just in Time, Black Belts, entre outros) também podemos instituir grupos que repensem o modelo de produção e gestão empresarial sob a ótica de sustentabilidade que os novos tempos requerem. Com certeza o apelo motivacional para participação dos funcionários seria muito maior, inclusive, integrando a família e comunidade. E vamos combinar, não há retorno mais precioso e significativo do que salvar o planeta.
Então, por que não começar agora? Afinal, precisamos morrer quantas vezes para valorizar aquilo que é único?

domingo, 31 de outubro de 2010

Talentos da Comunicação: Educação financeira é para todos

Talentos da Comunicação: Educação financeira é para todos

Educação financeira é para todos


A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) promoveu o Congresso Latino-Americano de Educação Financeira, dias 21 e 22 de outubro, em São Paulo. O evento reuniu especialistas para contar suas experiências na implantação de programas de educação financeira em seus respectivos países.
A questão da educação financeira vem recebendo especial atenção por parte da sociedade, daqueles que promovem o crédito como um produto, ou por parte das entidades sem fins lucrativos, no estimulo à prática da educação como uma forma de manter as pessoas preparadas para lidar com o dinheiro de maneira programada e segura.
No Brasil, a educação financeira já foi implantada no currículo de algumas escolas do ensino fundamental e médio, nos estados de São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. São 400 escolas, 59 mil jovens sendo preparados para lidar com as finanças e assegurar um futuro econômico compatível com sua realidade.
Os especialistas alertam que o programa de educação financeira é de suma importância para a preservação da própria família, visto que o fácil acesso ao crédito pode virar uma bola de neve quando os gastos não são controlados, ou mesmo quando o dinheiro tomado não tem o pagamento devidamente planejado, ocasionando inadimplência e restrição a novos créditos. Assim, as sociedades devidamente preparadas para lidar com tais situações podem desfrutar de um plano de vida mais saudável e menos arriscado.
Dentro do plano de educação financeira ainda existe um paradigma a ser quebrado, no qual persiste a crença de que o tema só é importante para quem tem muito dinheiro; entretanto, é justamente o contrário, a importância maior é para quem tem pouco ou quase nada.
Na Espanha, o programa piloto começou há cinco anos e só agora demonstra dar resultados. O programa é constituído do tripé: ação cognitiva, ética e parte técnica. Assim, as pessoas conseguem trabalhar a questão do ponto de vista pessoal, social e desfruta de ferramentas que auxiliam no dia a dia do gerenciamento financeiro.
Para Maria Elena Azevedo, diretora de Responsabilidade Social da Associação Bancária do Panamá, o mais importante é que o programa possa ter o apoio e envolvimento de empresários, governo e sociedade. A estimativa é de que eles consigam formar 4.200 jovens panamenhos.
Aqui no Brasil, mesmo distante dos holofotes, o programa é tocado por algumas iniciativas como a do Instituto Unibanco que, desde 1982, leva o programa às escolas de ensino médio. Segundo Vanderson Berbat, coordenador nacional do projeto, “o retorno não é financeiro, é social”. Ele diz que isto é um fato porque cerca de 100 mil jovens brasileiros morrem por ano em consequência de causas denominadas externas – relativas, na maioria, à violência. Estudos demonstram que o resultado disso tem como uma das causas principais a questão da educação financeira, pois muitas vezes, os apelos ao consumo entorpecem e seduzem os menos desfavorecidos, resultando em práticas de delitos ou ações marginais.
Mas também fica fácil de entender que o próprio mercado financeiro, ao preservar seu maior ativo, os clientes, garante a galinha dos ovos de ouro por toda a sua existência. Com isso, uma ação de Responsabilidade Social pode estar de mãos dadas com um belo plano de seguridade de investimento. O mais importante é que está sendo bom para todos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Quanto mais simples melhor

Neste começo de mês perdemos um dos maiores ícones do samba paulistano, faleceu Seu Nenê, o fundador da escola de samba mais tradicional de São Paulo, a Nenê de Vila Matilde.
Eu tive a honra e o privilégio de conviver com a vizinhança desse grande homem, e ainda mais, ter sido assessor de imprensa da Nenê, no aniversário de 50 anos da escola. Foi nesta oportunidade que realizei mais de oito horas de entrevistas com o baluarte. Mas aquilo que deveria ser apenas fonte de captação para escrever uma publicação especial sobre o cinqüentenário da agremiação, tornou-se uma verdadeira aula sobre a evolução do samba paulistano, e nas entrelinhas, uma fonte segura de que a boa comunicação se faz com muita simplicidade.
Seu Nenê fazia questão de situar nossa conversa no tempo e no espaço. Uma verdadeira viagem pelo mundo do samba. Mais do que contar, ele fazia questão de ilustrar a história com apontamentos e detalhes que transportavam os ouvintes para o momento e o local daquele discurso. E para completar, com uma desenvoltura nata, fazia os ritmos e as batidas de cada instrumento das épocas narradas, aperfeiçoando ainda mais nosso entendimento acerca da história.
A maneira como conduzia o dia a dia da Escola seria um curso integral de Administração para as melhores universidades do mundo. Ali era possível ver o funcionamento de uma empresa e todos os seus departamentos com um envolvimento sobrenatural dos participantes – fato que nenhuma organização pública ou privada tenha alcançado em todos os tempos. O respeito geral por aquele homem também chamava a atenção. Não era aquele tipo de respeito que ao dobrar a esquina fala-se mal e diz todo tipo de impropério como de costume com os chefes das grandes empresas. Era um respeito pela sabedoria, pelo feito de um líder, era um respeito verdadeiro.
A maneira como Seu Nenê conduziu a transferência do bastão para seu filho e sucessor, Alberto Alves da Silva Filho, o Betinho, também poderia ser alvo de estudo nas escolas de Administração, pois foi madura, sem contraposições, exemplar.
Sempre presente na vida da Escola, Seu Nenê era um líder nato. Tinha uma desenvoltura para a comunicação como poucos poderão alcançar mesmo freqüentando as melhores escolas do planeta. Suas mensagens não tinham intermediários e nem sofriam com os obstáculos das barreiras. Era tudo feito de maneira direta, eficaz.
Enfim, a homenagem é para um homem que fez de seu legado mais do que uma simples passagem por essas terras paulistanas. É o retrato de quem sempre teve compromisso com a vida, com seus pares, com sua comunidade – na qual o samba sempre teve passagem.